Uma questão de diversidade e não de deficiência

O desafio de se ter autismo é simplesmente o resultado ou as consequências do autismo no desenvolvimento da criança!!


Tais resultados são inevitáveis e ocasionam deficiências  intelectuais e de linguagem, além das graves alterações de comportamento. 


Pensando que o resultado do autismo no desenvolvimento seja grave, voltamos a questão do diagnóstico precoce, que seria a garantia de conter a expansão destes resultados. Pois, para podermos mudar a trajetória do desenvolvimento e otimizar os resultados dos trabalhos, precisaríamos realizar isto  nos primeiros  anos de vida da criança, para aliviar a carga das consequências do autismo. Só que para o diagnóstico precoce, os pais deveriam estar muito bem preparados, tanto para detectar as diferenças quanto para encará-las de frente e combatê-las ou contê-las, o que é muito difícil diante da falta de informação e da visão negativa que a sociedade tem sobre o autismo, especialmente aqui no Brasil.


Mas, precisamos concretizar esta mudança esperada pela neurociência, e além de apoiar os pais , seria necessário qualificar os profissionais, sobretudo os pediatras para garantir o diagnóstico precoce. 


A partir daí , outra mudança deveria ocorrer, que seria a forma de como se realiza intervenção especializada, porque a pesquisa mundial já apontou que os melhores resultados acontecem nos casos em que os pais estão envolvidos diretamente com a educação e os estímulos do filho. Desta maneira,  o papel do profissional de equipe multidisciplinar teria que mudar: ou os pais entram nos consultórios ou o profissional sai, pois o profissional passa a ser orientador das famílias, em termos de atitudes e  estímulos.


A última medida essencial seria entender que nenhum autista é igual ao outro, então não existe uma intervenção ou método que seja para todos. Cada um é cada um, então não há uma metodologia milagrosa que atenda todas as dificuldades, diferenças, gostos e interesses. A pessoa com autismo é única e deve ser reconhecida assim!


Desta maneira,  aguardamos uma mudança para o futuro, pois espera-se que  o autismo seja uma questão de diversidade e não de deficiência! Os cientistas estão trabalhando na descoberta da causa do autismo , mas ainda não existe um determinismo genético e mesmo que houvesse não substituiria o papel, sobretudo dos pais. 

O fato é que a pesquisa já traçou o caminho para a mudança no futuro, por isso  nos resta repensar a nossa trajetória como pais, profissionais e professores, e encontrar meios de contribuir neste processo que irá mudar a visão sobre o autismo.

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